segunda-feira, 16 de agosto de 2010

ESTUDO ACOMPANHADO

Estudo Acompanhado
O Estudo Acompanhado visa essencialmente promover a apropriação, pelos alunos, de métodos de estudo, de trabalho e de organização, assim como o desenvolvimento de atitudes e capacidades que favoreçam uma crescente autonomia na realização das suas próprias aprendizagens. Trata-se de desenvolver a capacidade de aprender a aprender.
O Estudo Acompanhado deve centrar a sua acção, exclusivamente, no desenvolvimento de competências transversais, uma vez que são aquelas que representam, de forma mais significativa, a estruturação do conhecimento de modo transversal a todas as áreas disciplinares do Ensino Básico.
Sendo certo que são necessários conteúdos para se trabalharem competências, é fundamental ter-se em linha de conta que no Estudo Acompanhado todo o trabalho se encontra vocacionado para o desenvolvimento de competências num sentido completamente autónomo.

Finalidades
Ajudar o aluno na identificação e análise de estratégias de estudo em função das suas características individuais.
Desenvolver competências de consulta e utilização de diversas fontes de informação.
Estimular no aluno a capacidade de reconhecer as suas motivações e interesses e de concretizá-las em actividades.
Orientar os alunos na auto-avaliação relativamente à eficácia das estratégias de estudo.

Pressupostos
Desenvolvimento de actividades de planificação do tempo de estudo, competências de leitura e de escrita, resolução de problemas, domínio de técnicas específicas, elaboração de apontamentos, preparação para testes, implementação de actividades destinadas a desenvolver outras estratégias de aprendizagem.
Assunção do professor como observador do aluno e mediador entre os outros professores da turma e os alunos.
Promoção junto do aluno da capacidade de definir objectivos pessoais de aprendizagem, levando-o a um melhor conhecimento de si próprio.
Desenvolvimento de estratégias de estudo que possibilitem a aquisição de um conjunto de ferramentas de aprendizagem.
Adequação das práticas às necessidades dos alunos de forma a superar dificuldades de aprendizagem ou possibilitar actividades de enriquecimento.

Princípios orientadores
Deve atender às reais necessidades dos alunos diagnosticadas em Conselho e Turma;
Deve proporcionar o desenvolvimento de capacidades que favoreçam a autonomia na realização de aprendizagens;
Deve desenvolver competências de relacionamento interpessoal e de grupo;
Deve proporcionar acompanhamento em todas as áreas curriculares disciplinares;
As metodologias a utilizar devem ser diversificadas, nomeadamente:
resolução de alguns trabalhos suplementares;
elaboração de sínteses e organização de trabalhos;
utilização das tecnologias de informação e comunicação;
consulta de dicionários, software educativo e/ou artigos de interesse.

Intervenientes
Esta área curricular é discutida, planificada e gerida em conselho de turma, sendo a sua operacionalização da responsabilidade de dois docentes, os quais constituem um par pedagógico e trabalham em regime de co-docência. Será desejável que os professores a leccionar esta área curricular não disciplinar sejam preferencialmente de áreas disciplinares diferentes.

Avaliação
A avaliação desta área caracteriza-se por ser essencialmente descritiva no final dos períodos lectivos, tendo como referência a evolução do aluno a partir da situação diagnosticada e utiliza elementos provenientes das diversas disciplinas e áreas curriculares. Trata-se de um processo que envolve a auto e hetero-avaliação, de acordo com instrumentos concebidos pela escola e em diálogo com os alunos, podendo recorrer-se a diversas técnicas de avaliação. Compete ao conselho de turma proceder à avaliação sumativa mediante proposta dos professores que leccionam a área de Estudo Acompanhado.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

ESTUDO ACOMPANHADO

Introdução
Maria Leite Correia
No conjunto das medidas implementadas pela reorganização curricular do Ensino Básico, a Área de Estudo Acompanhado parece-me constituir um espaço particularmente fecundo e promissor. Uma escola em crise, que convive com o insucesso de largas franjas da sua população, precisa, urgentemente, de se repensar e reinventar. Sendo a catedral da aprendizagem, é imprescindível que, nela, se reflicta sobre o acto de aprender e se equacionem os seus processos, condicionantes e papel no desenvolvimento integral da pessoa. Só assim será possível uma intervenção que, acolhendo as diferenças, ofereça, realmente, uma igualdade de oportunidades a todos.
Porque "o espírito é, ao mesmo tempo, inteligência e sentimento, razão e coração, actividade lógica e não lógica" (Alexis Carrel), circunscrever o acto de aprender à componente cognitiva é não só redutor como incorrecto. A razão, com a sua multiplicidade de factores, em interacção com as componentes afectiva e social, articula um todo que se vai moldando, paulatinamente, ao longo do tempo. Por isso, como bem diz Basarab Nicolescu, é hora de provocar o "surgimento de um novo tipo de inteligência, baseado no equilíbrio entre a inteligência analítica, os sentimentos e o corpo". Não dependendo a qualidade do desempenho individual apenas do saber, julgo que o trabalho, nesta área, se deve organizar em torno de três eixos estruturantes: aprender a conhecer-se, aprender a aprender e aprender a ser. Estas três vertentes apenas metodologicamente se apresentam em separado. Na verdade, elas constituem as traves mestras de um processo em que, pelas trocas que estabelecem entre si, se estruturam mutuamente. É que "a realidade humana forma um conjunto cujos diferentes aspectos se compõem uns aos outros (...), em virtude de uma ordem de implicação dos significados." (Georges Gusdorf)

1 - Aprender a conhecer-se
Reflectir sobre quem se é, como se é e o que se quer é o ponto de partida e a base de apoio da aprendizagem durante toda a vida. Por esta auto-análise se consciencializa o modo pessoal de aprender, as dificuldades, as expectativas, as capacidades, os níveis de motivação e auto-estima, as qualidades de trabalho e de organização... Descobrem-se os principais obstáculos à aprendizagem e ao sucesso pessoal. Compreende-se que este não depende apenas do que se sabe, mas também de outras competências de ordem social e afectiva.
Sendo a auto-imagem determinante na motivação para a acção, é essencial identificar e analisar as crenças pessoais negativas a fim de se programarem acções que as eliminem e conduzam ao pensamento positivo. A identificação e compreensão de um problema é o princípio da sua resolução, porque gera abertura às estratégias correctoras e mobiliza os esforços individuais no sentido da sua resolução.

2 - Aprender a aprender
Conhecer, o melhor possível, o funcionamento pessoal, a todos os níveis que estruturam a personalidade, prepara para outra etapa em que os esforços se devem orientar, essencialmente, para os seguintes aspectos:
- desenvolvimento da capacidade de auto-organização, em função de objectivos;
- domínio dos materiais de trabalho;
- descoberta dos métodos e técnicas mais eficazes nas várias situações de aprendizagem.
No âmbito de organização pessoal, destaca-se:
- o controlo das variáveis pessoais e do meio que dificultam a atenção e a concentração nas tarefas;
- a organização de um horário que inclua todas as actividades em que se reparte o dia;
- a adequação do local de estudo.
O bom conhecimento e o correcto manuseamento dos materiais de trabalho são importantes apoios para a construção do saber.
No desenvolvimento do processo cognitivo, a atenção deve centrar-se na aquisição de competências a nível da leitura, da escrita, da memorização e da resolução de problemas.
Como, na relação com o saber, o texto escrito é o mediador mais importante, a ele se deve dedicar significativa fatia do tempo disponível.
O trabalho individual deve alternar com o trabalho de grupo, já que ambos se completam.
A avaliação contínua das actividades, verdadeiramente reguladora de todo o processo, permite introduzir nela os ajustamentos e as reorientações que se impuserem.

3 - Aprender a ser
No final da escolaridade básica, espera-se que todos atinjam um grau de capacitação que os habilite a resolver os problemas do quotidiano e a desenvolver comportamentos adaptados às exigências da vida, do trabalho e do exercício responsável da cidadania. O processo de construção pessoal, embora nunca acabado, deve atingir um nível de auto-organização e de auto-regulação que permita saber estar em sociedade, fazer escolhas, tomar decisões, resolver os conflitos internos, gerir os limites pessoais e expressar-se racional e emocionalmente de modo assertivo. Pela progressiva conquista do sentido da vida e do mundo, saberes, capacidades e competências conjugam-se na tarefa da construção do projecto pessoal.
Esta área constitui, verdadeiramente, uma oficina de procura de sentidos e de treinamento das capacidades transversais a toda a aprendizagem, sendo, por isso, condição para a construção de um projecto com futuro e para o futuro.

4 - Temas essenciais na área de estudo acompanhado

1 - Estudo Acompanhado: Expectativas, Objectivos Gerais e Metodológicos
2 - Trabalho Individual / Trabalho de Grupo
3 - Organização do Material Escolar
4 - Auto-conhecimento / Auto-avaliação / Estilo de Aprendizagem
5 - Motivação para o Estudo
6 - Planeamento e Organização do Estudo
7 - Concentração / Atenção
8 - Tratamento da Informação Escrita
9 - A Memorização
10 - Preparação e Realização dos Testes
11 - Análise dos Testes
12 - Realização de Trabalhos Escritos
13 - Resolução de Problemas
14 - Trabalho de Pesquisa

COMO MEMORIZAR

Memorizar
Uma das tarefas que mais se pede a um aluno é que memorize assuntos, definições, temas, palavras, etc.
Ao contrário do que muitos pensam, a memória também se treina. É possível aumentar a capacidade de memória treinando alguns aspectos específicos.

A capacidade de memorizar está intimamente ligada à capacidade de concentração. Por isso, antes de começares a tarefa de memorizar é conveniente que atentes no seguinte:

* não penses na concentração porque quanto mais pensares nela mais facilmente te distrais...
* organiza o teu tempo de estudo contando com o espaço para refeições ligeiras e a espaços programados... não deves estar sempre a comer mas também tens de te alimentar regularmente...
* dorme sempre o suficiente para que depois possas rentabilizar o teu tempo de estudo...
* dedica sempre algum tempo às actividades lúdicas que te agradem... música, cinema, desporto... assim, quando tiveres de te "sentar" a estudar, não ficas a pensar em mais nada...
* organiza muito bem os teus apontamentos de estudo e só depois começa a memorizar o mais importante...


NÃO TE ESQUEÇAS QUE PARA BEM MEMORIZAR É NECESSÁRIO COMPREENDER!

Como memorizar?
1. Prepara os assuntos que tens de memorizar.
2. Pensa que o que vais memorizar tem interesse.
3. Selecciona muito bem o que tens de memorizar.
4. Lê atentamente os teus apontamentos.
5. Organiza os apontamentos em duas colunas:

Do lado esquerdo - ideias-chave; definições, fórmulas, etc;
Do lado direito - explicações mais completas.
(Está provado cientificamente que o nosso cérebro "armazena" melhor a informação que está organizada visualmente.)


6. Treina muitas vezes até pensares que já "sabes de cor" os assuntos.
7. Resolve exercícios para testares a tua memorização.


Algumas técnicas para memorizar
1. Organizar áreas vocabulares.
2. Fazer mnemónicas (siglas que ajudam a memorizar).
3. Inventar rimas.
4. Fazer canções.
5. Inventar histórias.
6. Fazer associações visuais

FAZER UM RESUMO

Resumo
"Resumir um texto é condensar as ideias principais, respeitando o sentido, a estrutura e o tipo de enunciação, isto é, os tempo e as pessoas, com a ajuda do vocabulário do aluno. É, assim, reter as linhas de um raciocínio, o essencial dos dados de um problema, as características de uma situação, as conclusões de uma análise, sem o mais pequeno comentário."

José Esteves Rei, Curso de Redacção II - O Texto,
Porto Editora


Aspectos a considerar na redacção do resumo:

* respeitar a ordem pela qual o autor apresenta as suas ideias;
* manter o fio condutor do texto original;
* reduzir o texto original a um quarto da sua extensão;

Estilo a adoptar:
* o texto-resumo deve ser neutro e revelar uma linguagem clara e concisa;
* utilizar o discurso de 3._ pessoa;
* evitar a repetição de frases do texto (se for absolutamente necessário colocá-las entre aspas);
* não utilizar o diálogo, se ele existir no texto original;
* distinguir o que é significativo do que não é;
* escolher apenas as ideias fundamentais;
* fazer um esforço de análise e de síntese.

Fases de preparação do resumo

1.ª - Leitura atenta do texto:
- dividir o texto em partes;
- dar um título-resumo a cada parte;
- desmontar o texto em palavras-chave e articuladores do discurso;
- fazer a síntese/organização das ideias.

2.ª - Síntese das ideias fundamentais:
- distinguir o acessório do essencial e reter apenas as ideias fundamentais, utilizando as técnicas de tirar apontamentos e elaborar esquemas.

3.ª - Organização do texto escrito:
- procurar respeitar a estrutura de qualquer texto: introdução, desenvolvimento e conclusão.

TIRAR NOTAS E APONTAMENTOS

Tirar notas e apontamentos
As notas e os apontamentos são uma técnica de estudo que ajuda a manter a atenção e a concentração. Trata-se de uma forma pessoal de escrever os aspectos mais importantes de um tema/assunto ou aula.
Há dois momentos distintos em que tu podes tirar notas e apontamentos: quando estudas em casa, lendo diferentes textos, e quando estás na aula.

Como fazer?

Na leitura
* ler o texto todo;
* descodificar o vocabulário;
* reler o texto, registando, por palavras tuas, as ideias fundamentais;
* resumir o texto, utilizando frases curtas ou palavras-
-chave (consulta a este propósito o texto deste caderno, na pág. 17);
* organiza, se possível, os teus apontamentos em esquema ou num texto mais curto;
* relê o que escreveste e verifica se percebes claramente o seu conteúdo.

Na aula
Utiliza as seguintes pistas:

* atenta no tom de voz do professor, ele indica o que é mais importante;
* atenta nas ideias que vão sendo repetidas;
* reflecte no tempo que é dedicado a um determinado assunto e a forma como é escrito ou registado no quadro;
* segue as indicações expressas pelo professor quando os conteúdos não estão no manual adoptado;
* presta atenção aos assuntos que estão registados no sumário;
* faz notas breves;
* toma nota dos registos no quadro;
* usa abreviaturas;
* deixa espaços para completares as notas quando estudares em casa;
* completa devidamente as notas da aula, quando estudares em casa.

Fazer anotações à margem
As anotações à margem são apontamentos específicos que se registam ao lado dos textos:
* desenvolvem a tua capacidade de compreensão e análise de um texto;
* exercitam a capacidade de síntese;
* favorecem a memorização;
* facilitam a revisão de conteúdos tendo em vista a preparação para um teste.

Como se fazem?
* lês o texto todas as vezes que forem necessárias até o compreenderes bem;
* relês o texto, parágrafo a parágrafo, resumindo a ideia-chave;
* escreves, à margem do texto, as palavras-chave que melhor resumam as ideias principais dos parágrafos;
* acrescentas outras informações que consideres necessárias.

ORGANIZAR O CADERNO DIÁRIO

Organizar o caderno diário
O caderno diário é o teu instrumento de trabalho mais precioso! Nele tu organizas o teu dia-a-dia de cada disciplina.
Há vários tipos de cadernos diários: de folhas soltas, inteiros, tamanho A3, A4, A5, etc. Cada um deles tem vantagens e desvantagens, mas o que é importante é que tenhas um para cada disciplina e, claro está, que esteja muito bem organizado.
Como sabes, o caderno diário é o "espelho do aluno"; nele se reflecte o trabalho não só da aula, em conjunto com o professor, como o trabalho que é realizado depois da aula.

Assim, há quatro momentos fundamentais em que deves utilizar prioritariamente o caderno diário:

1. Durante a aula propriamente dita.
2. Depois da aula, fazendo os trabalhos de casa e/ou outras tarefas.
3. Para a preparação das actividades de avaliação.
4. Para o estudo em geral.


Para que a sua utilização seja eficaz, é necessário que o teu caderno diário tenha os seguintes elementos:

1. Capa do caderno (deve ter o nome da disciplina a que diz respeito, o nome do professor e o horário dessa disciplina).
2. Um calendário onde anotes as datas dos testes, trabalhos escritos ou outras tarefas a executar nessa disciplina.
3. As aulas que vais tendo, organizadas pelo número da aula, data e respectivo sumário.
4. Todos os registos (orais e/ou escritos) que o professor tiver feito na aula.
5. A indicação dos textos que forem sendo analisados, bem como fichas-síntese, esquemas, etc.
6. A indicação e respectiva realização dos trabalhos de casa.
7. Objectivos para as fichas de avaliação.
8. Enunciados das fichas de avaliação, resolução e respectiva correcção.
9. Um espaço para registares as dúvidas que te vão surgindo (podes utilizar as margens do lado ou um espaço delimitado em baixo).
Para além disto, o teu caderno diário deve estar sempre contigo, limpo e pronto a ser usado...

Nota: Não te esqueças de que todas as propostas de actividades contidas no manual (incluindo aquelas que apresentam espaços em branco ou esquemas para completar) devem ser realizadas no teu caderno diário.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

COMO FAZER UM HORÁRIO DE ESTUDO

Como fazer um horário de estudo
Armanda Zenhas 2003-01-07
É certo e sabido que a maioria dos alunos só se lembra de estudar na véspera dos testes... e as coisas complicam-se. A elaboração de um bom horário de estudo pode ser uma forma eficaz de melhorar a aprendizagem e de alcançar o sucesso escolar.
As aulas começaram. Com elas, os TPC e a necessidade de estudar diariamente. Muitos estudantes só se lembram disso na véspera dos testes. Depois... vêm as dores de barriga. Os pais podem ajudá-los, acompanhando-os na elaboração de um horário de estudo e responsabilizando-os pelo seu cumprimento. Eis algumas regras a seguir:- Deve ser feita uma análise cuidada do horário das aulas e de outras actividades (natação, dança, etc.). De entre os tempos livres, serão seleccionados os mais adequados ao estudo em casa.- Diariamente é necessário fazer revisões da matéria dada nas aulas desse dia e os TPC. Por isso, essas disciplinas precisam de ser contempladas no horário de estudo.- Nos dias em que há muitas aulas, não se pode estudar muito em casa. Por isso, as tarefas prioritárias são as indicadas no ponto anterior.- Nos dias em que há menos aulas, podem ser previstos tempos de estudo mais longos. Além das tarefas indicadas no ponto dois, o aluno poderá executar trabalhos mais demorados, rever ou praticar matérias em que tenha mais dificuldades ou preparar-se para testes, com a antecedência necessária, distribuindo a matéria por vários dias.- O estudo deve ser iniciado por uma disciplina de dificuldade média (para "aquecer o motor"), seguindo-se as mais difíceis ou de que se gosta menos e deixando-se para o fim (quando já se está mais cansado) as mais fáceis.- Os períodos de estudo não devem ultrapassar os 20 a 40 minutos, dependendo da idade do estudante. Entre esses períodos deverão existir pequenas pausas de 5 minutos, durante as quais não se deve ver televisão ou jogar computador, actividades que irão quebrar o ritmo de estudo e prolongar o intervalo em demasia.- O horário de estudo deve respeitar as necessidades do estudante. Alguns precisam de estudar mais tempo do que outros.- O horário de estudo deve ser realista. Não vale a pena combinar estudar a uma hora em que o jovem quer ver o seu programa de televisão preferido. Claro que se todos os programas de televisão forem "preferidos", é necessário que os pais sejam firmes.- O horário de estudo deve ser do conhecimento de toda a família e respeitado por todos. O estudante compromete-se a estudar. Os pais comprometem-se a facilitar-lhe a criação de um ambiente de estudo favorável, sem ruídos nem interrupções.Em artigos futuros, abordaremos a importância do ambiente de estudo para uma boa concentração e daremos sugestões nesse domínio.VÍDEOS RELACIONADOS COM ESTE TEMAHábitos de estudo

ORGANIZAR O LOCAL DE ESTUDO

Organizando o local e os materiais de estudo
Armanda Zenhas 2006-09-13
Ajudar as crianças ou os jovens a adquirirem hábitos de arrumação e de organização não é fácil. Prepare-se para muitas sessões de "resmunguice"ou de protestos.
D.ª Antónia chegou a casa. Não havia dúvidas de que Filipe, o seu filho de dez anos, tinha chegado antes dela. A mochila no meio do hall, as sapatilhas mais adiante, a bola logo a seguir, num rasto que se prolongava desde a porta de entrada até à do quarto dele, não enganavam ninguém. Lá estava ele, sentado à mesa, com tanta atenção ao computador que nem deu pela presença da mãe. Olhando para a desarrumação da mesa (em que cadernos se misturavam com embalagens de iogurte vazias, caixas de CD, berlindes e outros brinquedos) e do chão (em que também havia cadernos à mistura com roupa, brinquedos e chinelos), D.ª Antónia decidiu pôr ponto final a esta desarrumação. Ainda nessa manhã tinha havido discussão e atraso na saída de casa, porque o Filipe não conseguia encontrar a régua nem o caderno de Matemática, essenciais para as aulas desse dia.Quem não conhece ou vive histórias idênticas? Quem não desespera com o atraso dos filhos, à hora de saída para a escola, por insistirem em preparar o material em cima da hora e não o conseguirem encontrar devido à desarrumação? Como evitar estes problemas? Aqui ficam algumas sugestões, acompanhadas da recordação do provérbio "De pequenino se torce o pepino." Com efeito, se começar a habituar os seus filhos a arrumarem e organizarem os seus materiais escolares, desde a sua entrada para a escola, mais facilmente eles aceitarão essas normas e adquirirão os hábitos necessários para as praticarem continuadamente.1. Arranje, com o seu filho, um espaço exclusivamente destinado à arrumação dos materiais escolares e ao estudo. Nesse local não devem existir brinquedos nem outros objectos que o possam distrair enquanto estuda.2. Habitue o seu filho a arrumar todo o material escolar logo que chega a casa. Não aceite mochila, livros ou outros materiais espalhados por toda a parte e não arrume as coisas por ele.3. Habitue o seu filho a preparar o material para a escola sempre de véspera. Desta forma haverá tempo de procurar alguma coisa que possa não estar à mão.4. Peça ao seu filho que coloque o horário escolar no espaço de estudo, em local bem visível. Isso facilitará a organização do estudo diário e a preparação do material a levar para a escola em cada dia.5. Será conveniente que a arrumação não seja uma característica exclusiva do local de estudo e se alargue a todo o quarto e a todos os pertences do seu filho. Habitue-o a arrumar os brinquedos, a roupa suja e outros objectos que se possam ir acumulando pelo quarto ou pela casa.Ajudar as crianças ou os jovens a adquirirem hábitos de arrumação e de organização não é fácil. Prepare-se para muitas sessões de 'resmunguice'ou de protestos. Escutará os mais incríveis argumentos a favor do adiamento da tarefa ou contra a necessidade da sua execução. Muitas vezes os pais acabam por desistir, porque preferem o trabalho de arrumar ao desgaste de discussões desagradáveis, quando já estão cansados de um dia de trabalho. Não ceda a essa tentação. Diálogo e firmeza são dois ingredientes necessários para o sucesso dessa missão. É preciso explicar os objectivos e negociar as regras, mas também é essencial ser firme na exigência do seu cumprimento.Estamos no início do ano lectivo. Esta é uma altura ideal para estabelecer regras e desenvolver hábitos correctos, evitando que se instalem hábitos errados. Não se esqueça: coragem, persistência e confiança; diálogo e firmeza! Bom ano lectivo!VÍDEOS RELACIONADOS COM ESTE TEMAA escolha do local de estudoHábitos de estudo

PAPEL DOS PAIS NO ESTUDO DOS FILHOS

A ajuda dos pais na criação de hábitos de estudo
Armanda Zenhas 2008-10-08
Frequentemente os pais pensam que não podem ajudar os filhos, porque têm menos estudos do que eles. É uma ideia errada.
A aquisição ou a modificação de hábitos e rotinas não é fácil para adultos nem para crianças. Se o gosto pelo estudo não existe e se a família, ainda por cima, não o valorizar, será difícil que ele se transforme num hábito. Quando um estudante muda de ciclo de ensino, precisa de se adaptar às especificidades da nova situação a todos os níveis, incluindo no que diz respeito à organização do seu estudo individual. Talvez a dificuldade seja maior entre o 1.º ciclo (um professor determina as tarefas de casa para o dia seguinte) e o 2.º ciclo (cada professor determina as tarefas para a próxima aula, que pode não ser no dia seguinte). A articulação entre a escola e a família podem ajudar a ultrapassar as dificuldades e a contribuir para a aquisição ou a melhoria dos hábitos de estudo ao longo de toda a escolaridade.Frequentemente os pais pensam que não podem ajudar os filhos, porque têm menos estudos do que eles. É uma ideia errada. Valorizar a escola e a sua frequência, demonstrar interesse pelas actividades lá realizadas, ajudar a organizar o espaço e o tempo de estudo, elogiar os pequenos/grandes sucessos obtidos e não deixar criar desânimo perante as dificuldades, estar em contacto permanente com a escola: estas são diversas formas de os pais ajudarem os seus filhos a sentirem-se valorizados e acompanhados e a adquirirem hábitos e gosto pelo estudo.Como directora de turma, procuro que muitas das actividades realizadas em Estudo Acompanhado sejam partilhadas com os pais, pois são eles que podem supervisionar o trabalho dos mais novos em casa e ajudá-los a serem persistentes. Na verdade, já o fazia muito antes de haver esta área não curricular. No início do ano, falamos sempre sobre a importância e a forma de organizar o local e o tempo de estudo, em reunião conjunta de alunos e pais. Há também lugar para conversas particulares com quem o desejar.Em artigos anteriores, dei algumas ideias sobre a organização do estudo (Como organizar eficazmente o tempo de estudo, A postos no posto de estudo, Como fazer um horário de estudo, Organizando o local e os materiais de estudo, entre outros). Neste artigo, vou relatar uma parte do trabalho feito sobre este tema com a turma de que fui directora no ano lectivo anterior.Se comecei por dizer que não é fácil adquirir/mudar hábitos, isto aplica-se à aquisição/melhoria de hábitos de estudo pelos alunos e à aquisição/melhoria de hábitos de supervisão pelos pais. Por conseguinte, não basta debater o assunto uma vez, mas não se podem repetir continuamente as mesmas ideias da mesma forma.Como já referi, normalmente os alunos participam nas reuniões de pais que promovo. O debate dos temas torna-se mais rico e as conclusões co-responsabilizam todos os presentes a agirem de forma colaborativa, cumprindo cada um as suas funções específicas (ajudar os filhos não é fazer os trabalhos por eles ou dar-lhes as soluções, sem eles entenderem o processo, por exemplo). Aproximava-se a reunião de entrega das fichas de avaliação do 2.º período aos pais. Antes disso, numa aula de Formação Cívica, pedi aos alunos que pensassem sobre as coisas que os pais podiam fazer para os ajudarem a encontrar a motivação necessária para ultrapassarem as dificuldades que encontravam quando (não) estudavam em casa. Pedi-lhes que tivessem em conta o seu objectivo final de terem sucesso no fim do ano lectivo, esquecendo o prazer imediato de chegarem a casa e irem brincar. Feito este trabalho individual, cada aluno foi lendo a(s) frase(s) que tinha feito. Esta(s) era(m) debatida(s) pela turma e todas as ideias consensuais foram apontadas no quadro. Em EVT, tinham sido feitos cestos de papel com ovos de Páscoa de diferentes materiais. Cada aluno escreveu uma das mensagens seleccionadas numa tirinha de papel e todas foram colocadas nos cestos, por entre os ovos.No dia da reunião de pais e alunos, foi explicado aos primeiros que a turma tinha debatido alguns problemas que condicionavam negativamente o seu estudo autónomo e queriam pedir ajuda aos pais, pelo que lhes tinham escrito algumas mensagens. Entraram então os pais em cena, retirando, um de cada vez, um papel de um dos cestos e lendo a mensagem respectiva: "Verifiquem se estudamos diariamente.", "Se tivermos dúvidas, peçam para as apontarmos e perguntarmos aos professores nas aulas.", etc. A actividade foi divertida e feita com cumplicidade e estas ideias, já debatidas anteriormente, foram relembradas.Na dita aula de Formação Cívica, o Hugo, considerado o poeta oficial da turma, à medida que as frases iam sendo escritas no quadro, construiu espontaneamente um poema. Este foi, posteriormente, trabalhado nas aulas de Educação Musical, sob a forma de rap, e apresentado por toda a turma aos pais, numa reunião do 3.º período. A concluir, aqui fica o poema do Hugo e do 5.º 10 (a sua turma) que pode ser um apelo a todos os pais e não apenas aos seus.
Pedidos aos paisPais, verifiquem se estudamos,Mais atenção às disciplinas de que não gostamos.Pais, verifiquem a caderneta,Para assinar é preciso a caneta.Pais, se nos portarmos mal tomem medidas.Oh! Porque é que falei, vão-nos tirar as bolas da Adidas.Pais, se tivermos dúvidas,Há saídas.Pais, verifiquem se os nossos cadernos estão organizadosUi! Acho que os meus estão "marados".Pais, verifiquem e assinem as mensagens,De preferência sem paragens.Pais, verifiquem se levamos o material necessário,E também um bom vestuário.Pais, se tivermos problemas, falem com a D.T.Que não é Papão nem é E.T.Mas sabe sempre o que fazemos nas aulas,Pior era estar dentro de jaulas.
Hugo Ferreira, 5.º 10E assim, problemas e soluções são debatidos repetidamente (mas de formas diferentes), com humor e boa disposição, com cumplicidade e interesse mútuos, numa turma-família de alunos, pais e outros familiares, directora de turma e professores.VÍDEOS RELACIONADOS COM ESTE TEMAA escolha do local de estudoHábitos de estudo

ORGANIZAR O ESTUDO

Como organizar eficazmente o tempo de estudo
Armanda Zenhas 2009-01-28
Organizar o tempo de estudo é uma competência que deve ser desenvolvida desde cedo. A elaboração de um horário de estudo pode facilitar essa tarefa.
A organização do tempo de estudo dos nossos estudantes costuma ser determinada pelas datas dos testes. Em vésperas de um teste, estuda-se. Quando não há testes à vista, deixa-se para amanhã (ou para depois de depois de amanhã) aquilo que se deve fazer hoje. Aprende-se a técnica no Ensino Básico e ela perdura pela vida estudantil fora, determinando noitadas e "directas" nos anos mais avançados e insucessos ou aprendizagens mal coladas em todos eles.Organizar o tempo de estudo é uma competência que deve ser desenvolvida desde cedo. A elaboração de um horário de estudo pode facilitar essa tarefa. Os estudantes, principalmente se são muito jovens, precisam, para isso, do apoio dos professores e dos pais. Calvin, o nosso amigo da banda desenhada, aprendeu como o fazer e partiu para a tarefa muito entusiasmado, mas sozinho...
Calvin sabia que o seu estudo seria mais eficaz se organizasse o tempo. Ele sabia que devia prever um determinado tempo para estudar cada disciplina. Apenas se esqueceu de adequar os espaços de tempo às necessidades de estudo. Vejamos algumas regras para que essa organização seja eficaz:- Diariamente é necessário fazer revisões das matérias dadas nesse dia e os TPC.- Nos dias em que há menos aulas, deve ser feito um estudo mais aprofundado das várias matérias, incidindo particularmente sobre aquelas em que se tem mais dificuldades.- O estudo deve ser iniciado por uma disciplina de dificuldade média, seguindo-se as mais difíceis. Para o fim ficam as mais fáceis, visto já se estar mais cansado e menos apto a um grande esforço.- Ao fim de cada espaço de 20 a 40 minutos, deve ser feita uma pequena pausa, durante a qual não se deve ver televisão ou jogar computador, para que a pausa seja de facto pequena e não se perca a concentração no estudo.- O tempo a dedicar diariamente ao estudo depende do horário do aluno e do próprio aluno.A competência de organização do tempo de estudo precisa de ser gradualmente desenvolvida e requer motivação. O papel dos pais é extremamente importante. Eles podem facilitar a criação de condições físicas em casa (local de estudo adequado, impedimento de interrupções ao estudo por parte dos amigos e dos irmãos, etc.), podem valorizar o trabalho dos filhos, podem dar-lhes apoio afectivo. Um elogio ou um carinho após cada pequena conquista podem ser preciosos reforços. Talvez assim os filhos aprendam a usar um relógio de cozinha ou um relógio mental que consiga medir tempos maiores e mais adequados do que o do Calvin.VÍDEOS RELACIONADOS COM ESTE TEMAHábitos de estudo